Criado por Celso Alencar, contribuições de Rodrigo Gabriel e Arthur R. Ribeiro
Dante havia ligado para Junior com uma voz tensa que ele nunca tinha ouvido antes.
— Junior, preciso de você no hospital agora. Tem algo... Muito errado aqui. Precisamos salvara filha da Nazhí, que está aqui.
Sem fazer perguntas, Junior pegou suas coisas e partiu. Ao chegar, ele entendeu a urgência. As luzes piscavam intermitentemente no corredor, e um rastro de destruição marcava o caminho.
— O que diabos aconteceu aqui? — Junior murmurou para si mesmo.
Ele não precisou de respostas, pois logo avistou Jacob, um samurai de cabelos desgrenhados e olhar assassino, cortando a multidão como se fossem grãos de areia. O chão estava pintado de sangue.
— Quem é você? — Perguntou Junior — O que você quer?
— Jacob! — Ele respondeu.
— Isso não precisa terminar assim! — Junior gritou assumindo pose de luta.
Jacob parou por um momento, sua espada gotejando. Ele virou a cabeça lentamente, seus olhos brilhando com uma fúria contida.
— Eu faço o que precisa ser feito, garoto. E você está no meu caminho.
Antes que a situação pudesse se agravar, Caim surgiu das sombras, as mãos envoltas em um brilho sombrio.
— Não precisamos lutar, Jacob. Há outra maneira — Caim disse, mas seu tom era frio, pronto para a batalha.
Jacob sorriu, um sorriso sem humor.
— Palavras de paz de alguém que caminha na escuridão? Poupe-me.
E assim, a luta começou. A batalha foi brutal e rápida, o som da espada cortando o ar ou retinindo em paredes de concreto e drywall, ecoando como trovões abafados pelos corredores. Junior e Caim lutaram como se suas vidas dependessem disso — e talvez dependessem. Após diversos golpes e esquivas, com um golpe certeiro, Junior conseguiu desarmar o samurai, derrubando sua espada com um clangor metálico que ressoou no silêncio repentino.
Ele no entanto, tinha uma carta na manga e emitiu um feitiço de ilusão. Na ilusão. Junior estava com Aline, eles estavam num jantar romântico, onde ele pedia Aline em casamento e ela aceitava maravilhada. Nova Iorque era uma cidade linda, e após o jantar eles passearam pelo Central Park durante a noite.
Jacob lutou com Caim, que além de impedir o avanço dele, teve de se esforçar para impedir que Junior, paralisado em torpor, fosse atingido pelo samurai-bruxo. O samurai, retomou sua lâmina aparentemente mágica, e voltou com força par ao combate, Caim se segurando como podia. Junior, quando estava para viver um momento mágico com Aline, de repente se pegou e se percebeu num corredor de hospital. Ele percebeu a ilusão. Com raiva, ele partiu para cima de Jacob, que já estava cansado. Jacob, percebendo que estava em desvantagem, ergueu as mãos em rendição.
— Esperem — ele disse, respirando pesadamente. — Vamos fazer um acordo. Eu ofereço minha vida em troca de algo valioso para vocês.
Junior trocou um olhar com Caim.
— Que tipo de acordo? — Caim perguntou, seus olhos estreitados em desconfiança.
— Informações — Jacob respondeu. — Sobre um grande assalto ao Museu de História Natural, planejado para ocorrer em duas semanas. Vocês me ajudam, eu ajudo vocês.
Relutantes, mas sem muitas opções, Junior e Caim aceitaram.
— Você tem sorte de que precisamos dessas informações, Jacob — Junior disse, abaixando a guarda. — No entanto viemos também por Chole, filha de Nazhí! — Junior exclamou.
Jacob assentiu que sim com a cabeça, dando permissão para a refém sair. E Chloe saiu para trás de Caim e Junior.
— Temos um acordo? — Perguntou o samurai-bruxo.
— Sim. Mas um movimento errado, e você vai desejar ter continuado lutando. — Junior ameaçou.
Na saída do hospital, a tensão ainda pairava no ar, mas o grupo tinha uma nova missão.
— Isso foi só o começo — Caim murmurou, enquanto eles se afastavam do prédio.
Longe dali, a viagem pela reserva ambiental em Jersey era para ser apenas um breve desvio, mas logo perceberam que estavam sendo seguidos. Aline ainda estava incomodada com os planos e a visão de Isaac, e ela estava ali para ajudar Nazhí, uma senhora cega que havia conhecido. Ela pedia ajuda para proteger algumas crianças que estavam sendo levadas para experimentos pelos que se apossaram ilegitimamente do poder do Arkaneus de Toronto.
— Algo não está certo — Rebecca disse, seus sentidos em alerta.
Não demorou muito para Kazall, um criminoso infame, aparecer, sua presença carregada de malícia.
— Vocês não deviam ter vindo aqui — Kazall rosnou, avançando sobre eles.
— Esse cara parece ser bem forte — pensou Benjamin.
— Isso é péssimo! — Exclamou Aline.
— Podia ser pior! — Falou Benjamin.
Olhando para Rebecca, Aline não pôde deixar de perguntar:
— Ele é sempre ortimista assim?
— Sim, e isso é que ele nem tá nos momentos mais otimistas!
— Crendeuspai — Falou Aline pensando se seu idealismo não era, por vezes, tão irritante quanto o otimismo de Benjamin.
Benjamin e Rebecca se preparava para uma luta contra o mutante criminoso alado, quando Aline, percebendo a gravidade da situação, olhou para o céu e tomou uma decisão.
— Vou precisar de ajuda para isso — ela murmurou para si mesma, antes de desenhar rapidamente um círculo de teletransporte no chão.
— Helena, preciso de você — Aline sussurrou, ativando o círculo.
Em questão de segundos, Helena Costa e seus dragões apareceram em Nova York.
— Aline? Por essa eu não esperava — Helena disse, montada em um dos dragões.
— Temos que acabar com isso rápido — Aline respondeu. — Eles só têm 40 minutos aqui.
Os dragões rugiram no céu, e em questão de minutos, Kazall foi derrotado, sua arrogância esmagada sob o poder devastador das criaturas.
— Bem, isso foi eficiente — Benjamin comentou, observando enquanto Kazall era devorado vivo
— Não podemos descansar ainda — Aline disse, sua voz carregada de preocupação.
De volta ao carro, Benjamin dirigia enquanto Aline olhava pela janela, tentando processar tudo o que havia acontecido. Foi quando ela viu algo que a gelou até os ossos. Um lobisomem se aproximava furtivamente de um grupo de crianças indefesas, protegidas apenas por Clover, uma menina que ela havia visto na TV, sendo sequestrada por Kent Paul, presa em um carro quebrado.
— Pare o carro! — Aline gritou, saltando antes mesmo que Benjamin pudesse responder.
— O que você vai fazer? — Benjamin perguntou, mas Aline já estava correndo em direção ao perigo.
— Vou resgatar a menina e as crianças. — Gritou Aline.
— O que eu faço? — Perguntou Rebecca
— Fica no carro, não deixa ele morrer! Benjamin... — Aline arfou e completou — Ganhe tempo para mim!
— Como assim? Você quer que eu enfrente aquilo? — Ele perguntou um pouco assustado.
Aline sorriu sarcasticamente e respondeu:
— Sorria! Podia ser pior!
Benjamin ficou levemente incomodado pelo sarcasmo da loira de cabelo shaggy short bob.
Furtivamente, enquanto Benjamin se esquivava dos golpes do lobisomem, Aline se aproximou das crianças e da ruiva.
— Você está bem? — Aline perguntou, ofegante.
Clover assentiu, ainda em choque. Aline abriu a porta do veículo e pediu que ela corresse com as crianças.
— Obrigada. Eu não sei o que teria feito sem você.
Aline sorriu, mas sabia que as batalhas que enfrentavam estavam longe de terminar. O perigo ainda espreitava, e ela precisava estar pronta. Vendo Benjamin em maus lençóis, com precisão letal, Aline atacou o lobisomem pelas costas.
— Makrós! — Uma grande seta negra viajou e acertou as costas do monstro causando um ferimento leve. — Vai embora, criatura maldita!
Em seguida Helena, que havia derrotado Kazall se apresentou com seu dragão no campo de batalha. Forçando o Lobisomem a se render. Transformado novamente em humano, Helena se despediu de Aline e retornou a Serra do Lago, ao fim do efeito mágico do círculo de teletransporte.
(Continua...)