Quando uma pessoa tenta trazer uma pessoa dos mortos ela tem de saber em primeiro lugar onde esta pessoa está. O logos residual dessa pessoa, que é o conceito mais próximo do de alma que existe no cenário de "O Cosmogônico" e "As Crônicas de Serra do Lago" tem três destinos após a morte de uma pessoa, sendo eles: O pleroma ou fonte, o momentum do Demiurgo e o Abismo.
- A fonte ou pleroma é o conceito mais próximo do céu ou do paraíso cristão. Nele o logos do indivíduo perde sua individualidade e é dissolvido no todo do Onthos Protéron, uma vez dissolvido no Um, não há como recuperar o que a pessoa foi em algum momento. Nem mesmo a Pena de Amenófis poderia fazê-lo. Resta ao logos aproveitar a comunhão com um um num instante eterno de prazer e plenitude.
- O momentum do Demiurgo é uma mistura de purgatório e inferno. É uma realidade onde sentimentos terrenos caóticos se misturam como na existência material. Do prazer sexual mais intenso a dor carnal mais absurda, tudo isso se abate sobre o logos residual da pessoa. Uma existência no momentum certamente foi uma existência má, mas não irredimível. Lá estes logos aguardam por uma segunda chance caso algum feiticeiro poderoso decida invocá-lo, mas não aguarda eternamente, ao longo das gerações esse logos irá perder força e identidade até que a última pessoa sobre a terra se esqueça dela, e quando se esquecer ela é lançada no Abismo. É onde está, por exemplo, o logos residual de Marjourie Alves e Costa.
- O abismo é o local onde é lançado o logos de uma pessoa absolutamente má e irredimível. O abismo é aquilo que você enxerga com a sola dos seus pés, é o cheiro que você sente com os seus cotovelos, é o lugar para onde o seu eu vai num sono sem sonhos. É o nada. O não-ser. A inexistência. Não é apenas um espaço vazio, é até mesmo a inexistência desse espaço. Mas ainda que a razão não alcance, esse Nada possui uma racionalidade que é temida e foi posta fora dos Reinos de Ser na fundação do mesmo. Nada lançado no Abismo volta. A única coisa que sai do Abismo é o próprio Abismo, e é aí que nasce os "Bafos do Abismo".
Os bafos do Abismo são monstros, existência amaldiçoadas, eles são criados como resultado da tentativa de trazer dos mortos alguém lançado ao Abismo. Se alguém foi entregue ao pleroma, a magia simplesmente não funciona. No entanto, se a pessoa foi lançada ao abismo, um bafo sai de lá. Bafo é literalmente uma personificação menor de nada racional, cuja única função e missão é destruir, reduzir tudo o que existe ao nada. Os bafos são racionais, mas não são negociáveis e são absolutamente irredimíveis. É possível salvar uma pessoa tocada pelo abismo? Sim, mas nenhuma magia conhecida pode fazê-lo. Somente um poder cósmico, divino, poderia fazê-lo.
Infecção:
O processe do toque pelo abismo se dá com uma contaminação espiritual, mas a criatura contaminada pode contaminar sua vítimas físicas. No sistema REALITATE 1.5 a contaminação se dá, como num filme de Zumbi, por dano físico. Mas não é qualquer dano, tem que ser um dano grande o bastante para ferir profundamente uma pessoa, mas pequeno o bastante para não matá-la. Um bafo não é um morto-vivo, e se a pessoa atacada morre imediatamente, ela não pode ser contaminada. Em termos de regras qualquer ferimentos que coloque o indivíduo entre -9PVs e 50% dos seus PVs iniciais pode se tornar um bafo.
A infecção demora dois dias e a pessoa precisa fazer dois testes de RES. O primeiro puro e simples e o segundo com redutor de -2, caso falhe no primeiro. Se a pessoa passa no primeiro, não precisa fazer o segundo.
- Ao falhar no primeiro, veias escuras começam a saltar no seu corpo e os cantos dos olhos começam a ficar escurecidos. Um novo teste será feito seis horas depois.
- Ao falhar no segundo, a pele começa a ficar acinzentada. A partir daí a infecção não pode ser mais contida. Em 24 horas a consciência da pessoa já terá sido substituída pelo Nada.
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