segunda-feira, 27 de maio de 2024

[CONTO] Reunião familiar.

Esta é uma história de Celso Alencar inspirado no Cenário "Crônicas de Serra do Lago/O Sopro".  

Serra do Lago, 2007.

                                                Os olhos de Guilhermina brilham ao ver Marisa levitar uma rocha de uns trezentos quilos, com Helena sentada, há uns dois metros do chão. Usando apenas seus poderes.

— Isso é incrível! — a loura elogiava. — Falando de magia bruta, é a mais forte que eu já vi! — concluía para a irmã.

Não acredito que seus poderes se manifestaram tão tarde, olhando assim até parece a Marjoure, não. Acho que a sua essência é completamente diferente dela. — Guilhermina pensava olhando a filha.

— Ta pesada! — Marisa reclamava. — Sai de cima!

Helena saltou de cima da rocha e quando a irmã foi tentar colocar o pedregulho no chão, apenas o deixou de forma truculenta. A grama afundou um pouco, já Marisa, buscava ar para respirar.

                                      — Pode-se dizer que nossos poderes são tanto uma extensão física, como emocional. A melhor coisa que você tem a fazer é estudar, na verdade, isso serve para as duas. — avaliou a mãe.

— Espera um pouco. — Marisa pedia. — Hoje nós temos uma festa.

— Temos? — Helena indagou-se quase como se não se importasse.

— A equipe de ginástica vai comemorar a classificação para o estadual, até a Alexandra vai. Que tal a minha irmã me acompanhar?

 Guilhermina ouvindo a pergunta de Marisa sorriu e disse: — Podem ir e aproveitem a sexta, mas voltem antes da meia noite.

                          Francisco, o atual padre de Serra do Lago, incomoda-se ao ouvir o choro de um bebê no meio da noite. O homem de fé levanta-se e vai até o barulho, onde de relance, vê a nefasta criatura prestes a se alimentar.

— Agnes, é você? — o vampiro hesita depois de ouvir seu nome de batismo. — Eu estava esperando a sua volta. — comentou o padre.

— Como sabe quem eu sou? — perguntou Agnes.

— Você tem a sua cruz e eu a minha, mas essa criança é uma inocente, não precisa matá-la. — Francisco aconselhava.

 — Ela é uma descendente das famílias fundadoras, cada fibra do seu ser carrega o fardo da culpa. — Agnes rebatia deixando transparecer todo o seu ódio.

              — Ficar trancado em uma caixa, por duzentos anos só poderia te transformar nisso, mas que tal nós nos ajudarmos? — perguntou o padre, fazendo o vampiro hesitar.

— O que você poderia ter que eu queira? — Agnes rebateu com outra pergunta, quase como se confrontasse o homem de fé.

— Eu batizei todas as pessoas de Serra do Lago, então até as famílias fundadoras tem fichas aqui. Pode pegar a informação que quiser em troca de um pequeno favor. — o padre sorriu maliciosamente.

            — A filha adotiva de uma oligarca da região, me chamou muita atenção e eu gostaria de estudá-la, não me importa que esteja viva.

— E como eu vou saber quem é essa? — perguntou o vampiro, ainda com o bebê em suas mãos.

— Porque é a primeira família a quem lhe darei informações, mas saiba que ao destruí-las irá libertar uma calamidade sobre este lugar.

— Padre — chamou o vampiro. —, eu não me importo, me dê o nome da pessoa que quer que eu te traga.

O padre sorriu e disse: — Helena Costa, filha adotiva de Guilhermina e irmã de Marisa. Eu acho que nós vamos nos dar muito bem. 

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