Esta é uma história de Celso Alencar inspirado no Cenário "Crônicas de Serra do Lago/O Sopro".
Serra do Lago, 2007.
Uma viatura estaciona diante dos olhos curiosos de Helena, enquanto o homem da lei abria a porta para pisar na lama: — Alguém da minha estatura, procurando um ladrão de galinhas.
— Senhor, senhor, na noite passada até nosso gado foi atacado.
— Calma — pedia Rodrigo. —, me levem até os animais.
Os moradores obedeceram ao policial e depois de andarem por uns bons dois minutos, chegaram até uma vaca que fora mordida no pescoço e estava em estado raquítico.
— Eu já ouvi histórias como essa. Aposto que é o Chupa Cabra.
Os ouvidos de Rodrigo escutavam o comentário de uma mulher, até que antes que ele pudesse colocar as mãos no bovino, uma criança ao longe gritou horrorizada.
Helena chegou à frente, ao lado da filha do fazendeiro que estava com as duas mãos na boca enquanto olhava para as costas de uma criatura vestida com trapos.
— Deita no chão, agora! — Rodrigo ordenou apontando a pistola para as costas do homem.
O calvo não obedeceu, mas se voltou para Rodrigo, gruindo feito um animal e deixando-o perceber seus caninos avantajados e a boca, imunda com o sangue da cabra.
Antes que o policial pudesse pensar em fazer algo relevante, viu seu alvo se transformar em duas dezenas de morcegos que saíram voando na sua direção: — Se abaixa! — gritou se jogando por cima de Helena e da filha do fazendeiro, para escapar do ataque.
O trio conseguiu desviar, mas viram o vampiro se materializar bem perto deles, com os pés descalços sobre a lama, enquanto gruía ameaçadoramente e saltava sobre eles.
Helena em um ato de coragem ergueu-se invocando sua espada de luz e obrigando a criatura a se desfazer em vários morcegos para escapar do golpe, por um triz: — Merda. — balbuciou a lourinha.
Os morcegos voaram em direção a lua cheia e a espada da bruxa se desfez completamente, antes que ela desmaiasse por uma completa falta de energia.
Já Rodrigo quando percebeu que a magia da filha de Guilhermina se desfez, soltou a cabeça da filha do fazendeiro: — Filha! — gritou a mulher, vindo correndo.
— Senhor o que aconteceu? — perguntou o homem do campo, para Rodrigo, enquanto o ajudava a se levantar.
— Aqui não é seguro. — respondeu o policial. — Todos para a viatura.
Enquanto isso, ao longe, os vários morcegos se materializavam em cima de uma árvore que tem uma visão periférica da cidade: — Serra do Lago? — perguntou-se com as luzes refletidas em seus olhos.
— Aquilo são tochas? — o vampiro parecia um tanto confuso.
— Não importa — balbuciou. —, preciso me alimentar se eu quiser alguma chance contra os fundadores.
Continua...
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