Esta é uma história de Celso Alencar inspirado no Cenário "Crônicas de Serra do Lago/O Sopro".
Serra do Lago, 2007.
— Crianças apagam incêndio em ginásio na escola dos Pioneiros. — Rodrigo lia um exemplar de jornal, enquanto outro policial fumava um charuto.
— Essas não são as crianças que ajudaram a...
— Sim. — Rodrigo interrompeu o amigo, sem tirar os olhos da foto do jornal. — Incêndio coisa nenhuma, aposto que foi mais uma esquisitice dessas famílias fundadoras.
O policial amassou o jornal e o arremessou na lixeira, como se fosse uma bola de basquete: — Souza! — outro o chamava. — A delegada Jordan quer que você vá a um endereço, recebemos uma denúncia.
Rodrigo guiou a viatura até uma antiga vila de Serra do Lago e ao vislumbrar o endereço, balbuciou: — Ponto de venda de droga coisa nenhuma, só tem velho aqui.
O policial precisou saltar um grande muro de concreto e ao cair percebeu a grama até sua canela, mas estranhamente a porta central da casa estava aberta, por isso ele sacou sua pistola.
Rodrigo ao andar descobria que a casa estava vazia, mas conforme investigava percebia vários computadores espalhados pela casa e aos ligar arregalou os olhos: — Um sistema de câmeras?
— Esse lugar, só pode ser à base daquele tal de Observador! — deduziu sacando o rádio comunicador da policia, mas hesitando ao dar outra olhada nas telas dos computadores.
Praças, escolas, igreja, campos de futebol, inúmeras pessoas e até a delegacia aparecia diante de seus olhos, então, Rodrigo sorriu antes de guardar o aparelho: — O que mais tem nessa casa?
Neste período de tempo, os três bandidos da escola, se reuniam na antiga biblioteca da igreja de Serra do Lago, à mesa estava sentado o reverendo que mexia em seu crucifixo.
— Então essas crianças impediram vocês, mesmo com os poderes em que eu os abençoei? — o homem de fé perguntava.
— Senhor todas elas sabiam magia e nosso tempo de uso estava acabando. — André contou sobre a luta.
— Magia? — o reverendo perguntou-se curioso. — De qual tipo?
— Geist! Elas falavam essa palavra e algo acontecia. — Jonathan respondeu em tom de praguejo, dando um soco na mesa.
— Nunca ouvi falar disso. — disse o homem de fé. — Eu irei pesquisar, mas enquanto isso. A igreja precisa ser limpa.
— Mas reverendo? — Carlos parecia reclamar.
— Não podemos chamar atenção e esse trabalho voluntário de vocês irá nos ajudar a manter as aparências, além disso. Crianças fazendo magia, de certa forma me incomodam. — admitiu o ancião.
— Daí a Alexandra gritou Geist e chutou a cara de um deles, como se fosse um saco de batata! — Marisa contava e recontava a aventura que teve na escola, para sua irmã Helena.
— Que péssimo dia para eu ficar em casa. — balbuciou a loura, sendo abraçada pela irmã de óculos, fortemente.
— Podemos ser uma grande dupla — afirmou Marisa. —, você a bruxa e eu a assistente de cadeira.
— O que? — Helena perguntou quase rindo.
— Eu posso ficar te passando...
— Que tal desbloquearmos seus poderes? — Helena interrompeu a irmã, com um sorriso.
— Já te expliquei que não tem como, não nasci com esse dom. — Marisa reafirmava, cruzando os braços.
— Quem disse isso? — Helena perguntou para ela. — Você parece conformada com uma condição, mas eu acho que tem um lugar onde encontraremos respostas.
— E onde seria? Sua sabe tudo. — Marisa estava incomodada, porém arregalaria os olhos ao ouvir a loura.
— No Oníron.
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