domingo, 23 de novembro de 2025

[CONTO] Resumo da Sessão - 01

26 de Julho de 2009, Serra do Lago, ES.

Richard Rios, Douglas Rambeau, Katarynna e Jo embarcam pra um congresso na Bahia, em Ilhéus, representando a USP. Serena Campos é a motorista da empresa ARF, responsável por levar os estudantes.

A viagem transcorre bem até uma estranha tempestade nas imediações de Serra do Lago, ES. O grupo se irrita com o fato de Serena ter saído da BR-101 pra fugir de trânsito e pego a ES-482.  Só Douglas fica do lado dela. A chuva e o vento pioram mais e ela decide encostar no acostamento pra evitar da aquaplanagem extrema e a enxurrada levarem o carro pra ribanceira à esquerda.

Serena (Motorista): Pois é, pessoal... Vamos ter que ficar no acostamento até essa chuva maluca parar. Algum problema para vocês? Para evitar acidentes, eu vou lá atrás colocar um triângulo de sinalização... Vai que alguém bate na nossa traseira, né?

Katarynna chama Serena de burra, e pergunta:
Por que pegou uma estrada alternativa sua idiota?

Para fugir do tráfego pesado!

A justificativa não cola com Katarynna e começa uma verdadeira discussão que Douglas e Jô interrompem e separam.

Serena pega o triângulo, uma capa de chuva e sai pra colocar o triângulo no asfalto com a van parada no acostamento. Douglas tenta ajudar, saindo logo atrás, mas um casal de idosos aparece assustando os que ficaram na van. 

Lourdes: Vocês estão bem?

Garcia: O carro doceis quebrou?

Lourdes: Aqui na rodovia é muito perigoso ficar, aqui tem um morro do lado direito, atrás dos bosques, que nesses toró costuma descer como enxurrada e inclusive já levou carro ribanceira abaixo.

Garcia: Verdade, verdadeira. Porque oceis não pega a estrada vicinal aqui na frente, vai dar numa região melhor, os dormitórios do Colégio dos Pioneiros. O lugar não é mais usado pelos alunos desde que o colégio se abriu aos de fora, mas ficou como abrigo de tempestade e chuva coisa muito comum nessas paragens.

Serena um pouco molhada e Douglas completamente encharcado retornam. Eles convencem Serena a ficar num hotel próximo e Douglas concordam. Richard e Jô se abstêm e Katarynna reclama dizendo que "Se Serena é meia-roda e não consegue pegar chuvinha na estrada, devia procurar outro emprego".

Ao pegarem a estrada vicinal recomendada pelos idosos, eles os perdem de vista. Serena reclama e se arrepende de tantas decisões azaradas naquele dia reclamando do emprego:

Serena: Ai que ódio! Porque é que eu aceitei esse emprego, por que? - ela bate suavemente e repetidamente a cabeça bufando contra o volante conforme a van pára.

Mas vêem um homem pomposo de capa de chuva que fala que eles devem seguir pro hotel, mas devem tomar cuidado com os espaços liminares.

Bom dia... Bocês parecem um bouco Berdidos. 

O pomposo parece trocar o m pelo b na dicção, que parece saber mais do que indica, olha para Serena a motorista da van da ARF e diz:

Bossa, moça que roubinha mais mequedréfe... Coisa horrorosa.

Douglas pergunta se o hotel tá perto e ele responde:

Sigam adiante, mais 40 betros, bocês vão achar os dorbitórios... Não recobendaria buído, mas como bocês já estão aqui, é melhor que vão para lá mesmo... Só tobem cuidado com os espaços libinares, eles são cíclicos, bdebônicos, e extrebamente cafonas, e o pior é que eles sempre aparecem, e a saída é sempre uma charada.

Eles seguem o homem e chegam ao hotel, Jô tira fotos, eles conhecem Yasha. Yasha é uma menina de 15 anos que trabalha ajudando os avós no hotel, ela aloja os jogadores. Ela acomoda o grupo, após servir café e biscoitos, ela leva os jogadores aos seus quartos, o quarto 18 para Douglas e Serena e o quarto 17 para Katarynna, Jô e Richard. Os quartos são modestos, mas possuem aquecimento, closet, abajur, criado-mudo, e um rádio.

Irritada, Kataryna, Richard e Jo vão ao banheiro coletivo após receberem várias regras de Yasha... Regras bem estranhas.

Temos algumas regras aqui.

·         Regra 1: Horário de café da manhã começa às 7:00 e termina às 9:00.
·         Regra 2: Não servimos almoço, mas servimos jantar. Amanhã a chuva talvez já tenha abrandado, existe um restaurante a 1 quilômetro daqui na rodovia, é barato e bom.
·         Regra 3: O jantar é servido às 20h no salão principal dos dormitórios, todos os caminhos levam para lá menos um. É fácil localizar.
·         Regra 4: Caso queiram quartos de casal, nada de... intimidades... Respeito é bom e... Todo mundo gosta... Todo mundo mesmo.
·         Regra 5: Se ouvirem barulhos a noite são só encanamentos de cobre antigo que sempre geram ruídos, ignorem...
·         Regra 6: Se eles parecerem gritos aí mesmo é que devem ignorar.
·         Regra 7: Nunca, jamais entrem na biblioteca.
·         Regra 8: O Colégio é espaço vedado, mas se quiserem passear amanhã, a quadra e o gina´sio poliesportivo são abertos a visitação. Lá tem bola de basquete, equipamentos de ginástica, o que quiserem. Só se assegurem de sair antes das 16:17h. Nem um minuto a mais. Se esquecerem algo lá, só busquem no dia seguinte.
·         Regra 9: Se virem vultos e sombras no ambiente externo de noite não se preocupem, são apenas os vigias. Podem parecer um pouco sem noção, mas eles são de confiança;
·         É isso pessoal. Não é difícil... Boa sorte.

O banheiro é um banheiro coletivo típico de um colégio antigo e só então alguns membros do grupo entendem que de fato aquela instalação pertencia a um colégio. Alguns boxes tem portas outros não. Katarynna irritada, diz que odeia Serena, chama ela de gótica burra e diz que vai forçar a demissão dela na ARF por pegar uma via pouco usual. Jô e Richard até simpatizam Serena mas o medo os leva a concordar com eles. Eles verificam o banheiro antes de se banharem. Percebem que a janela está aberta e passam o trinco. Verificam que o banheiro está vazio, e então, trancam a porta pelo lado de dentro e começam o banho. Um raio cai e as luzes se apagam. Nesse momento, uma descarga se ouve. Todos ficam com muito medo. Passos úmidos correndo em direção a porta são ouvidos dentro do banheiro, mas ninguém vê nada, a luz está apagada. Jô se agarra ao braço de Richard, e a luz volta. O banheiro está vazio. Com medo eles encerram o banho antes do que pretendiam. Ao sairem veem pegadas molhadas saindo de um dos boxes de privadas que estava vazio antes, e elas vão em direção a porta. A porta continua trancada. O grupo abre a porta pra sair, um novo raio derruba a energia. Eles veem olhos amarelos na escuridão os olhando no corredor depois de abrir a porta. Todos ficam assustados, mas Richard fica mais. Jô fica com a visão turva devido ao susto. A luz volta, é o gato de Serena que estava sobre uma mobília no corredor de frente para a porta. Richard recua para dentro de um dos boxes com muito medo, mesmo ouvindo que é um gato. Na cabeça dele, ele nunca mais quer ver gatos na vida. Jô se agarra a alguém e sai andando com a pessoa achando que é Richard. A vista está turva, ele não reconhece. Katarynna pegou o gato e levou para seu quarto, dizendo que sequestraria o gato por um tempo para irritar Serena, dizendo:

"Aquela Gótica Burra vai perceber como é bom sentir medo"

Richard se recupera do medo, ouve Jô falando estranhamente com ele e sumindo no corredor. Ele segue pro quarto onde vê Katarynna fazendo carinho no gato e diz que Jô sumiu só de toalha, Katarynna diz que não é "babá de ninguém" e Richard sai procurando Jô e encontra Yasha, Yasha diz que viu ele indo pra recepção, mas que falou com ele e ele não respondeu. Ele estava só de toalha. Ambos vão até lá.

Pouco antes disso, Douglas e Serena estavam no quarto 18, Douglas oferece um baseado pra serena que começa a tragar. Ambos parecem curtir um "tchó" como eles chamam a cannabis sativa. Serena percebe que seu gato está com fome e vai até a recepção para pegar uns biscoitinhos pra ele. Ela ia levar o gato "fudêncio", mas Douglas Rambeau diz que quer cuidar do bichinho. Ela deixa o gato com ele e deixa a porta encostada. O mesmo raio que caiu e apagou as luzes no banheiro onde estavam Katarynna, Richard e Jô apaga a luz ali também, ao voltar a porta estava aberta e o gato não estava mais lá. Douglas sai procurando o gato, ele ouve um miado vindo da recepção. Ao chegar lá, encontra Serena pegando uns biscoitos com Yasha. Ele informa que o gato fugiu, mas Serena não se irrita (aparentemente ela só odeia o emprego mesmo), e diz que o lugar é cheio de aquecedores e o gato deve estar perto de algum. Serena e Douglas combinam de se dividir. Ela procura no andar de cima, perto do aquecedor no quarto 18 e ele olha a sala de estar e refeição no primeiro piso.

Serena ao chegar no quarto 18 sente um vento frio vindo do aquecedor e desmaia na cama. Douglas Rambeau segue pra sala de estar, vê uma funcionária vendo TV e a porta da biblioteca. Ele coloca o ouvido na porta, ele não pretende realmente ir lá, mas teme que o gato possa ter ido. A funcionária o fica encarando estranho. Douglas Rambeau ouve uma microfonia estranha vir de dentro da biblioteca, e julga ser o sistema de calefação. Não ouve nenhum miado então não entra. Ele pergunta a funcionária se viu um gato branco, gordinho de cabeça raspada. Ela diz que não, mas ela diz que animais adoram comida, e que deve estar no refeitório. Douglas segue pra lá.

No refeitório ele vê uma mesa enorme daquelas de mansão vitoriana, muitos lugares a mesa e a cabeceira com uma cadeira ornada em ouro especial. Anexo, separado da sala de jantar por um biombo, uma poltrona de camurça vermelha de encosto muito alto a ponto de ocultar quem está nela. Ele vê uma fumaça como se fosse de cigarro subindo por sobre o encosto. O ângulo não permite ver quem está nela, pois a cadeira está de costas pro resto da sala posicionada ao lado e uma estante de livros e de uma janela que dá pra o ambiente externo. Douglas caminha até lá e vê a coleira do gatinho "Fudêncio", e tenta perguntar ao homem na cadeira se ele tinha pêgo o gato, mas para medo e surpresa dele ao olhar do outro lado da cadeira de encosto alto, a fumaça estava surgindo do ar, no meio do nada e nao havia ninguém sentado. Ele coloca a mão na poltrona e sente que ela está quente. Yasha chega por detrás dele e pergunta o que ele está procurando. A pergunta feito de supetão o assusta e ele tosse com o cigarro de "tchó" que estava fumando.

Douglas Rambeau explica o sumiço de "Fudêncio" e ambos começam a procurar e conversar. Em determinado momento, Yasha desaparece deixando Douglas confuso e ela reaparece descendo com Richard do segundo andar que estava procurando Jô. Ao ver Yasha magicamente reaparecer em outro lugar, Douglas sofre um medo tão grande que ele desmaia. Com ajuda de Yasha Richard o acorda e ele assustado rasteja no chão batendo as costas na estante de livros que tomba e quebra o vidro da janela que estava de frente pra poltrona. Douglas se reestabelece com ajuda de Richard e Yasha, e se desculpa com Yasha.

Yasha diz que vai pedir ao zelador pra trocar o vidro antes que os avós dela percebem. Douglas diz que Yasha é assustadora e Yasha começa a chorar dizendo que Douglas a acha feia. Ele se desculpa, dizendo que é so nervosismo. Richard diz que Katarynna achou o gato de Serena, mas que Jô sumiu só de toalha. Eles saem para procurar e passam no quarto de Serena. Eles a veem desmaiada e com sinais de hipotermia. Eles fecham a porta e ligam o aquecedor.

Em conversa Richard diz que Serena tomou muita chuva e que nem tomou banho e que pode ter sido isso. Douglas concorda. Serena então acorda respirando fundo e desesperadamente como se tivesse afogando. Ela não lembra o que aconteceu, mas diz ter visto olhos amarelos na janela e um vento gelado vir do aquecedor. E então apagou. Richard e Douglas concordam que tem algo muito errado naquele lugar.

Jô por sua vez é levado para um local onde ele ouve uma microfonia e sente calor. Ele pergunta a Richard:

"Está me levando onde, Richard?" 

Mas ninguém responde. Em algum momento a mão o solta, ele continua a com a visão turva. Mas a visão se recupera alguns segundos depois. E ele vê o inexplicável. Ele está numa sala que parece um universo com estrelas e nebulosas, mas o mais impactante é o que está na frente dele... Um buraco negro com um halo dourado, um disco de acreção. Jô olha fascinado aquilo até que do horizonte de eventos, dois olhos amarelos se abrem, como olhos de gato, e ele em pânico e horror desmaia. Mas a microfonia que ressoa no ambiente continua o perturbando em sua inconsciência.

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