sexta-feira, 30 de maio de 2025

[Editorial] Estou cansado, chefe.

Antes de mais nada, gostaria de saudar todas as garotas emo, góticas, egirl, funkeiras, e alternativas em geral.

Dizem que minhas personagens femininas no RPG são marcantes... Acho que sei o porquê, e você vai entender ao final desse desabafo.

Tem uma onda varrendo a internet ultimamente — e tá exaustivo. Onde quer que eu olhe, parece que vejo a mesma imagem reciclada: a tradwife, ou “esposa tradicional”. Ela aparece em foco suave, talvez com um vestido de gingham, assando um pão de fermentação natural, exaltando as virtudes da submissão, dos papéis de gênero tradicionais e de uma estética dos anos 1950 que a maioria de nós nunca pediu de volta. E, sinceramente, tô cansado, chefe.

Não tô bravo com mulheres que escolhem o que funciona pra elas. Não é sobre isso. Autonomia é autonomia, mesmo que leve a aventais e touquinhas de bebê. O que me cansa é a idolatria desse papel como se fosse uma correção moral à feminilidade moderna — apresentado como antídoto às “falhas do feminismo” ou ao caos da libertação sexual. Como se o mundo fosse curado se as mulheres apenas sorrissem mais, postassem menos e voltassem a cozinhar batatas pro jantar do marido.

Sou um homem dos anos 2000  — criado na bagunça cultural do final dos anos 90 e começo dos 2000. Era uma época que involuntariamente fomentou boa parte dos retrocessos de hoje, Trump, Bolsonaro, etc, pois foi o período de ascensão evangélica no Brasil e a "democratização da pornografia" via internet (embora essa tenha tido um efeito contraditório, onde a mulher foi vulgarizada como coisa, mas ao mesmo tempo os homens queriam pela primeira vez saber quem era a mulher por detrás do corpo escultural). E me tornei em parte por causa disso um reacionário... Até que cansei. E então comecei a ver que que esse "destrismo" na verdade era uma negação dos princípios que gostava no meu tempo. Comecei a perceber que na verdade, eu cresci numa época em que estávamos aprendendo, talvez de forma desajeitada mas sincera, a valorizar mulheres complexas. Mulheres independentes. Mulheres esquisitas. Mulheres que não sorriam sob comando. Então, de repente, tudo desandou.

Tínhamos as garotas góticas, emo, riot grrrls. Mulheres que não fediam a felicidade doméstica — estavam escrevendo poesia no blog, pintando as unhas de preto e gravando CDs que soavam como um coração partido em estéreo. A gente se apaixonava por elas não porque queriam nos servir chá, mas porque lembravam que as mulheres tinham profundidade. Eram arte. Eram selvagens. Eram humanas.

Então descobri depois dos 30, depois de militar por causas nefastas, que não era aquilo que eu queria. Eu queria aquilo que os anos 2000 me prometeram, e o capitalismo não entregou. Não diria ainda que sou um progressista. Mas certamente não sou mais um reacionário. Eu simplesmente, estou cansado do que o mundo se tornou. E vejo que de certa forma, os "novos velhos valores conservadores", está destruindo o mundo que eu amei, e trazendo como sempre, ameaças a liberdade das vítimas de sempre, as mulheres.

Então voltamos ao RPG... Acho que decidi transpor aos poucos essa energia criativa para o RPG, por isso minhas personagens femininas são tão marcantes. Gosto de mulheres que tenham personalidade forte. Que ousem falar, que ousem gritar, mesmo que as vezes digam coisas que eu não quero ouvir. A minha percepção sobre isso ficou ainda mais intensa ao jogar uma variedade steampunk do cenário de Serra do Lago. Garotas recatadas e de papéis de gênero tradicionais são extremamente entediantes. Elas quase não falam, seus parceiros tem total autonomia, e ela parecem que estão ali só de enfeite. A gente simplesmente se esquece que elas existem. Você pode até dizer que alternativas são quebradas, são problemáticas e vão te meter numa terapia... Mas honestamente... O tédio também leva a terapia. E se é pra dar dinheiro pra psicólogo, que eu pelo menos tenha boas risadas e uns porres pra me arrepender.

segunda-feira, 26 de maio de 2025

EPR - Terremoto - A magia da escola da terra que estava faltando.

Terremoto (Nível 2, 2 pontos).

Fernanda Aagard

Terremoto (Nível 2, 4ENG)

Causa um tremor de terra que desequilibra todos na área, menos o conjurador. Caso os alvos não passem num teste de HAB menos a margem de sucesso do conjurador, eles ficam desequilibrados e sofrem uma penalidade de 50% na HAB enquanto o tremor durar. O tremor dura enquanto o conjurador sustentar o feitiço. A área do tremor é igual INT+NPM do conjurador em metros.

Custa 4 de ENG para fazer o tremor e +1 para sustentá-lo.

Pré-requisito: Projétil de Pedra.


Qualitativo: Excluir Aliados do Efeito, custa +2 ENG.


Ampliação 1: (+50%; Nível 3, 6ENG)

Aumenta a área para INT+NPM+50% em metros.

Ampliação 2: (+100%, Nível 4, 8 ENG)

Aumenta a área para INT+NPM+100% em metros).


Parede de Terra (Nível 3, 2 Pontos)

Descrição: A parede de terra é uma mureta de cerca de 1.50m de altura que serve de proteção contra ataques de projéteis. Ela fornece +2 na RES e possui uma RD de 5.

Tempo de Conjuração: 1 turno.

Custo de Energia: 3 ENG

 Pré-Requisito: Poder Mágico 3, terremoto.

[ARK] DIÁRIO

 Diário de Arthur Reese Koller 2 de outubro A bomba caiu no café da manhã: estamos nos mudando pra uma tal de ilha Drauka. Litoral, mar, bri...